ATITUDES QUE SALVAM
Um grande escritor costumava passear pela praia diariamente, em busca de inspiração para suas criações. Enquanto caminhava, observava tudo atentamente. Ela já havia percebido que sempre, após o movimento das marés altas, com o recuo das águas, uma grande porção de ostras ficava na areia.
Um dia, ao fazer o mesmo percurso, ele percebeu que uma criança usava de toda a sua agilidade para repor as ostras nas águas. Com movimentos rápidos e seguros, ele enchia suas pequenas mãos e devolvia ao mar aqueles pequenos seres. Ao fazer isso, seus olhos adquiriam um brilho de felicidade e seus lábios se abriam num sorriso cada vez que observava as águas levando consigo, em mvimentos contínuos, os bichinhos.
O escritor ficou intrigado com a atitude da criança e quis conversar com ela para convencê-la de que seria impossível aquela missão, já que as outras se acumulavam aos montes por toda a extensão da praia.
- Olá, meu amigo, este seu trabalho vai demorar muito, voce não acha? Mas afinal, por que voce está fazendo isso?
O menino olhou surpreso para aquele senhor e respondeu com toda a segurança:
- Eu aprendi na escola que dentro das conchas existem as ostras, que são vivas e necessitam estar no mar, como os peixes. Daqui a poucas horas as que não voltarem para a água vão começar a morrer por causa do calor excessivo. Eu vou salvar as que eu puder...eu não vou poder colocar todas no mar novamente, mas pelo menos estas aqui não irãm morrer.
E dizendo isso, jogou vigorosamente um punhado de conchas na primeira onda que surgiu. Calados, observaram o movimento das águas acolhendo as conchas como uma mãe que abraça um filho após uma situação de perigo.
Logo o menino se recompôs da contemplação e, esquecido da presença do homem, voltou à tarefa, agora mais apressado. O escritor ficou pensativo por alguns instantes, ora olhando o menino, ora olhando para a quantia infindável de conchas que ainda faltavam ser salvas. Seu pensamento agora se transportava para tantas outras situações da vida em que as conchas adquiririam a forma de seres humanos ameaçados pela fome, pela miséria e pela violência. Entristecido por sua prórpia omissão, o escritor seguiu o menino e começou a levar as conchas para o mar. Naquele dia muitas ostras foram salvas e o escritor nunca mais parou de recolher conchas e devolvê-las ao mar.
"Além de amar as causas, é essencial amar as pessoas".
Fonte: Assis Almeida
Um comentário:
Amei a mensagem. Ensina-nos uma bela lição de solidariedade. Se todos fizéssemos um pouco, teríamos um mundo bem diferente.
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